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Trabalhar por conta própria é um sonho para ti?

Algumas pessoas que acompanho em mentoria quer criar o seu próprio projeto para um dia poder deixar o trabalho por conta de outrem e ter o seu próprio negócio.

A vontade de fazer um trabalho onde possam expressar os seus talentos e/ou onde se sintam realizadas e preenchidas é grande. Ter liberdade de horários, e por vezes liberdade geográfica, também são fatores importantes.

A vontade e determinação é grande, mas o receio e angústia também: receio do julgamento e do fracasso; angústia por ter de passar a ser responsável pela sua sustentabilidade financeira.

Quando trabalhamos por conta própria, isso leva-nos a crescer e desenvolver competências que podem nunca ter sido exploradas.

Não se trata apenas de aprender as questões fiscais associadas a trabalhar por conta própria. Trata-se de ganhar uma nova mentalidade e desenvolver uma nova atitude.

Para mim, existem três aspetos fundamentais a considerar nesta transição de “empregado” para “empreendedor”:

  1. Mudar de mentalidade
  2. Adquirir novas competências
  3. Pedir ajuda

1. Mudar de mentalidade

Quando trabalhamos por conta de outrem, na maioria dos casos, estamos inseridos numa estrutura que nos dá todas as direções: quais são as nossas responsabilidades, a quem reportamos, quais os objetivos a atingir, como comportar em termos de conduta e cultura organizacional, quais são as regras e princípios de atuação.

Ao trabalhar por conta própria passamos a ser os nossos chefes, enquanto somos empregados.

Não é altura para ficar à espera que alguém nos diga o que fazer e como fazer.

Não podemos encostar “à sombra da bananeira” (como se costuma dizer) e ficar à espera que as coisas aconteçam.

É preciso ser proativo, pôr as mãos na massa, tomar decisões, testar, saber receber feedback e fazer os ajustes necessários.

Para tudo isto precisamos de sair da nossa zona de conforto e ir para a nossa zona de desafio. Aquela em que nos permitimos crescer e desenvolver as nossas competências.

Acreditar em nós, no nosso potencial e sermos responsáveis pelo nosso desempenho é uma forma de exercer o nosso poder pessoal. Ficar agarrado ao medo daquilo que as outras pessoas vão dizer e das reações dos outros leva-nos a ficar paralisados, dentro dessa bolha de conforto e, muitas vezes, a perder oportunidades.

O sucesso do nosso trabalho / projeto / negócio é única e exclusivamente dependente das nossas ações, o que significa que precisamos de tomar as rédeas e aparecer no meio da arena, dispostos a dar o tudo por tudo.

Precisamos também de mudar a forma de pensar de uma mentalidade de escassez para uma mentalidade de abundância.

Acreditar que somos merecedores de coisas boas, que as oportunidades chegam até nós facilmente e que a nossa mensagem é importante, são boas afirmações que nos colocam no estado certo de pensamento para quem quer atrair bons resultados.

2. Adquirir novas competências

Quando trabalhamos por conta própria tudo recai sobre nós:

  • é preciso definir a visão, missão e estratégia do projeto / negócio;
  • definir quais são os valores da nossa marca, os nossos princípios de atuação e os não negociáveis;
  • como vamos trabalhar, onde vamos trabalhar, com quem e para quem;
  • como vamos comunicar o nosso produto / serviço e que ferramentas vamos utilizar;
  • o que é que vamos entregar e de que forma entregamos;
  • etc. etc. etc.

Se é certo que pedir ajuda é fundamental, no início, quando estamos a criar o nosso projeto, o mais certo é querermos fazer tudo sozinhos: para assegurar que tem o nosso cunho, que fazemos os ajustes necessários e até por uma questão financeira.

Então, se precisamos de fazer todas estas tarefas, precisamos de ter valências para assegurar que as realizamos com sucesso.

Para quem gosta de novas aprendizagens (como eu!) pode parecer tentador aprender sobre tudo e mais alguma coisa, mas calma! Não precisamos de ser especialistas em todas as áreas de negócio.

Foca-te em adquirir as competências realmente valiosas para arrancar com o projeto e depois, à medida que ele vai evoluindo, vai alargando esse leque (ou começa a delegar a quem percebe mais do assunto).

Por exemplo, se queres lançar um projeto inteiramente digital convém, sem dúvida, aprender sobre como criar negócios no digital: desde o marketing, a fazer lançamentos, aos funis de venda, etc.

Mas se o teu projeto consiste em seres designer e apenas precisas do digital para divulgar o teu trabalho, talvez seja mais útil adquirir competências ao nível de gestão: como fazer um orçamento ou uma proposta para um cliente, como negociar preços ou até como fazer uma boa gestão de tempo.

Investe tempo, energia e recursos financeiros naquilo que realmente importa e que vai alavancar a criação do teu projeto.

3. Pedir ajuda

Como disse antes, pedir ajuda é fundamental! Quer seja a amigos / conhecidos que já trabalham por conta própria, quer seja a um mentor que te apoie nos primeiros passos.

Ouvires a experiência de quem já passou pelo processo vai abreviar o teu caminho e apresentar soluções que muitas vezes não são assim tão óbvias. Além disso, consegues perceber que não estás sozinho nas tuas dúvidas e dificuldades. Muitas pessoas já passaram pelo mesmo 😉

Pedir ajuda é um sinal de coragem e muitas vezes as pessoas estão desertas de poder contribuir para o crescimento de alguém porque é muito gratificante. Só tens de garantir que estás a pedir ajuda à pessoa certa e não a pessoas que podem trazer-te opiniões menos favoráveis (ouve o episódio 14 do Podcast sobre o tema “Lidar com a opinião dos outros“).

Assegura que também pedes ajuda sobre temas realmente importantes como, por exemplo, o que é preciso para abrir atividade por conta própria, que impostos e contribuições precisas de fazer, quais os benefícios fiscais que podes usufruir e quais as tuas obrigações. Este assunto é tão importante que deves mesmo pedir ajuda, quer seja a um contabilista ou às próprias entidades (Autoridade Tributária e Segurança Social).

Por isso, se estás com dúvidas ou dificuldades em dar o próximo passo, ou até a começar… pede ajuda! Acredita que vale a pena!

Para terminar, sugiro que leias os artigos “Será que tens o que é preciso para ser empreendedor?” – Parte 1 e Parte 2: vão dar-te uma boa visão das características que precisas ter e/ou desenvolver para transformares o mindset de empregado num mindset empreendedor.

Seguimos juntos!

Créditos da imagem: Brooke Lark on Unsplash

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