Napoleon Hill, no livro “Pense e fique Rico” identificou 6 medos básicos de que todas as pessoas sofrem a dada altura da sua vida.
O mais frequente é o medo da pobreza.
Se juntarmos o medo da incerteza e do desconhecido, conseguimos ter a receita certa para ficarmos aninhados na nossa zona de conforto e nunca procurar a mudança.
Existem mudanças que esperam um final feliz, mas que podem ser verdadeiros erros de casting.
Existem mudanças que nos tiram o chão, mas que são verdadeiras oportunidades.
Encarar a mudança com a mentalidade certa é o segredo para conseguir aceitar aquilo que não podemos controlar na nossa vida.
E se é certo que não conseguimos controlar grande parte daquilo que nos acontece, se há algo que podemos fazer é reduzir o risco do desconhecido.
Traçar um plano, ou dois ou três.
Imaginar cenários e planos de ação para cada um deles.
Trabalhar as nossas características pessoais mais preciosas: resiliência, persistência, gratidão, fé, humildade.
Podemos escolher ser os protagonistas da nossa história, ou vítimas dos acontecimentos.
A escolha é nossa e até aí temos a faca e o queijo na mão:
- Podemos escolher escolher.
- Podemos decidir decidir.
Para Napoleon Hill, “os medos não são mais do que um estado de espírito” e, portanto, são perfeitamente capazes de ser controlados uma vez que, se existe algo que possamos controlar de forma absoluta, esse algo é o nosso pensamento.
Então, se podemos controlar o nosso pensamento, e se o medo que temos de mudar tem a ver com a estabilidade financeira, trabalhemos a forma de pensar sobre o dinheiro.
Muda a tua forma de pensar acerca do dinheiro
Para quem tem crenças limitadoras acerca do dinheiro pode ser difícil acreditar que, desde que esteja alinhado com o seu propósito, nunca vai faltar dinheiro na sua vida (eu sei bem do que falo!).
Mas a verdade é que, a partir do momento em que viras do avesso os teus pensamentos acerca do dinheiro, coisas boas acontecem e começas a acreditar (e a ver na tua vida!) que nada te faltará.
Para mim, houve 2 momentos que fizeram toda a diferença na forma como penso acerca do dinheiro:
1. Quando escutei o episódio 89 do Podcast “Inspiração para uma vida mágica” do Pedro Vieira e da Mikaela Övén
O episódio fala sobre escassez e abundância financeira, sobre a relação que cada um de nós tem com o dinheiro em função das suas experiências passadas, sobre como as crenças influenciam os nossos comportamentos e ainda um plano de 5 passos para quem quer ter mais dinheiro.
Para mim este episódio foi altamente revelador sobre a forma como sempre me relacionei com o dinheiro.
2. Quando assisti às sessões do 5AM Club da Susana Torres
Nestas sessões, a Susana insiste muito na importância de fazer as perguntas certas para conseguir alcançar resultados.
Uma dessas perguntas é:
Se utilizares a estrutura desta pergunta em relação ao que quer que seja, vais ter de pensar em formas de dar uma resposta.
Vais ter de pensar em soluções e possibilidades!
Imagina que, para fazeres a tua mudança precisas de uma formação cujo valor te parece inacessível.
Em vez de olhares para esse valor e pensar “é demasiado caro”, “não tenho dinheiro para isto” e questionares “o que é que eu tenho de fazer para conseguir ter dinheiro esta formação?” então a tua mente vai começar a pensar em possibilidades de arranjar o dinheiro que precisas.
Faz-te sentido?
Transformar crenças e a nossa relação com o dinheiro é um processo que pode ser demorado, mas os resultados são muito positivos e podem beneficiar imenso as mudanças que pretendemos fazer nas nossas vidas.
Faz um plano para a mudança
Jay Shetty diz, num dos episódios do seu podcast “On Purpose”:
Being unprepared and then being surprised is worst than being prepared and then be surprised.
If you are prepared you can still have a few things you can work on.
If you’re unprepared you’ll feel totally, totally lost.
Jay Shetty
Qualquer mudança, seja ela profissional ou pessoal, implica riscos e incerteza.
Nunca vais saber quando é o momento certo para mudar.
Nem tão pouco o que vai acontecer a seguir.
Podes, isso sim, preparar-te para a mudança, da melhor forma que conseguires.
Mike Lewis, no livro “Quando dar o salto. Se o seu emprego não é a vida que quer ter” conta precisamente quais foram as 4 fases que seguiu antes de conseguir dar o salto para seguir os seus sonhos: de consultor a jogador profissional de squash.
Apoiado no seu testemunho pessoal por mais de 40 histórias inspiradoras de quem fez uma mudança de carreira, criou a “Curva do Salto, um arco representativo das fases que acompanham o processo de construção de um bom salto”.
E lá está, na fase 2, fazer um plano.
A não ser que estejas a mudar de emprego já com contrato assinado em outra empresa, ou a deixares o trabalho por conta de outrem para te dedicares a um projeto pessoal que já tem rendimentos, é inevitável:
É por isso que é tão importante preparar a mudança e fazer um plano.
Para que não deixes de seguir os teus sonhos apenas por esse monstro chamado “medo”!
Publiquei há pouco tempo no meu Instagram um post com algumas dicas sobre como planear a transição profissional:
1️⃣ Definir um objetivo temporal: quando te imaginas a ter as condições necessárias para fazer a mudança;
2️⃣ Garantir sustentabilidade: se a mudança implicar alguma baixa de rendimentos, é muito importante estimar o valor financeiro necessário para suportar esse período para que não desistas a meio devido a não teres sustentabilidade;
3️⃣ Criar uma rede de suporte: saber quais são as pessoas que te vão apoiar e nas quais podes confiar para pedir ajuda nos momentos de maiores dúvidas; não te esqueças de partilhar com a família os planos que tens e de envolvê-los na mudança;
4️⃣ Estruturar conversas difíceis: saber como comunicar a nossa decisão, e fazê-lo à pessoa certa, é muito importante para garantir que existe entendimento do outro lado e até suporte para a nossa mudança; tenta sempre deixar uma porta aberta!
5️⃣ Criar um Plano B: se és daquelas pessoas que precisa mesmo de segurança, define um plano B caso as coisas não corram como previsto. Pensa nos vários cenários possíveis e para cada um desenha uma solução;
6️⃣ “Ganhar tomates”: a determinada altura é mesmo isto que vai ter de acontecer, por isso, mais vale ires preparando a mentalidade certa. Não existem certezas nem controlo total sobre o resultado, por isso, é preciso ACREDITAR, CONFIAR e DAR O SALTO.
Assegura a tua sustentabilidade financeira
Começa por criar um Fundo de Emergência.
Um fundo de emergência é como um mealheiro que deves constituir para imprevistos que possam surgir ao longo da vida: desemprego involuntário, um problema de saúde, um acidente, …
É um dos princípios da literacia financeira.
O valor do fundo de emergência deve assegurar a tua sustentabilidade entre 6 meses a 1 ano.
Então, deves calcular primeiro qual o valor mensal que precisas para todas as tuas despesas e encargos e multiplicar, no mínimo, por 6 meses.
Depois cria um método de poupança para poderes atingir esse valor: todos os meses, antes de pagares as tuas despesas, retira uma percentagem do ordenado para o Fundo de Emergência.
Mas atenção, este Fundo é apenas para emergências, portanto esta será a tua rede de suporte caso o teu plano de mudança demore a ter resultados.
Aquilo que te sugiro é: em cima desse valor do Fundo de Emergência, acrescenta um valor que possa ser o teu mealheiro para o Plano B.
Ou seja:
Imagina que tens um projeto paralelo ao qual te queres dedicar a tempo inteiro.
Já tens alguns rendimentos mas a regularidade dos clientes ainda é incerta.
Queres arriscar e dar o salto.
Se tiveres 2 / 3 meses sem clientes qual é o valor que precisas para sobreviver, sem recorrer ao Fundo de Emergência?
Esse é o valor que deves colocar no teu mealheiro para o Plano B.
Desta forma terás uma almofada financeira bem confortável para fazeres a mudança.
Agora tudo depende dos valores que decides alocar em cada um destes mealheiros e quanto tempo precisas para conseguires poupá-los.
Considera outras formas de fazer a mudança
Pode não ser fácil fazer uma mudança estrutural nas nossas vidas de um dia para a noite, mas se o sentido de urgência é grande, pensa em alternativas:
1. Em vez de saíres de um emprego sem ter algo em vista, porque não pensas em passar a part-time?
Dessa forma passas menos tempo no local que não gostas, e mesmo com redução de salário ainda tens alguma segurança financeira para procurar um novo emprego ou criar um novo projeto.
2. Considera investir em fontes de rendimento extra para criar a tal almofada financeira e sentir segurança para dar o salto.
Com o crescimento dos negócios digitais o que não faltam são oportunidades para monetizar o conhecimento e os hobbies pessoais.
Explora como poderias criar algo que começasse a render algum dinheiro extra, quem sabe até de forma passiva, e com isso acelerar o processo de mudança.
Espero que estas sugestões te sejam muito úteis para planeares a tua mudança e te sentires mais confortável em relação à questão financeira.
Tens algum outro receio que gostasses que eu abordasse nos próximos artigos?
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Seguimos juntos!
Créditos da imagem: Foto de Karolina Grabowska no Pexels
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