Nome: Sara Vieira
O que fazes?
Sou Mentora de Negócios Éticos. Ajudo empreendedoras a cultivar um negócio (mais) humano e transformar o seu conteúdo em clientes, de forma ética e orgânica.
O objetivo é que possamos vender e chegar aos resultados que procuramos, mas respeitando a pessoa que somos, o nosso ritmo e os nossos valores.
Quem és tu além daquilo que fazes?
Pergunta difícil, porque nos definimos tanto pelo que fazemos e não pelo que somos. Mas diria que sou uma pessoa curiosa, empática e muito dedicada.
Gosto muito de explorar – novos sítios e experiências -, assim como aprender – conversas e pessoas fascinam-me!
O que deixaste na tua vida profissional passada?
Deixei a estabilidade de saber com o que contar e de ter alguém sempre a mostrar-me o caminho.
(Às vezes sinto falta disso – de alguém a apontar a direção, a mostrar o caminho. Mas essa é que é a magia de empreender e dar o salto: criarmos o nosso próprio caminho: ao nosso ritmo, com os nossos valores e através das nossas escolhas)
Como percebeste que querias deixar o trabalho por conta de outrem?
Quando não me imaginava na posição dos meus superiores – deixou de ser aliciante para mim ‘subir na hierarquia’. Aquilo que antes me motivada, deixou de me parecer aliciante.
E coincidiu exatamente com o momento em que percebi que aquilo que estava a dar naquele contexto e que trazia tantos resultados poderia ser aplicado de outra forma – trabalhando com pequenos (grandes) negócios com valores alinhados com os meus.
Quanto tempo até dares o salto?
No meu caso foi relativamente rápido. Foi um processo gradual a fase de ter a ideia de mudar ou sentir que queria algo diferente.
Mas a partir do momento em que ficou claro para mim que não era por ali e que queria arriscar, foram 6 meses.
E esse período foi o mais desafiante pois sabia que queria sair, e queria-me focar a 100% no meu projeto mas não tinha tempo para isso. Havia uma vontade gigante de dar o passo e finalmente me dedicar com toda a minha energia e foco a este passo.
Com que idade fizeste essa mudança?
Tinha 28 anos. Depois de quase 5 anos a trabalhar numa multinacional da Alemanha, senti que era altura certa para arriscar.
Que desafios tiveste de ultrapassar para, hoje, poderes fazer aquilo que gostas?
Imensos. Tantos que não antecipava.. e ainda bem. A inocência de não saber o que nos espera é o que nos faz ter força para avançar.
E à medida que vamos encontrando desafios vamos desenvolvendo capacidades para os resolver.
Acredito que se tivesse consciência de tudo no início, não me sentiria capaz e duvidaria da decisão, mas ainda bem que assim foi.
Dos muitos que tive de ultrapassar destacaria dois:
A parte da exposição – ao ter o meu próprio negócio tenho de estar confortável em dar a cara (o que foi desconfortável porque durante toda a minha carreira o meu trabalho era de bastidores – eram outras pessoas ou outras marcas que ‘brilhavam’).
E a minha relação com o dinheiro. Foi algo que não estava à espera, pois nunca senti qualquer questão em relação ao dinheiro, mas quando nos lançamos e ficamos sem rede – sem aquele x todos os meses – parece que todas as inseguranças e crenças nos inundam. Foi um dos pontos cruciais para conseguir sentir-me segura e estável no meu negócio – saber que há momentos de mais faturação e momentos de menos faturação e que isso não diz nada sobre o meu valor enquanto pessoa.
O que terias feito diferente?
A única coisa que sinto que poderia ter feito diferente era ter investido mais em mim e no meu negócio (mentoria, cursos, etc.) durante o período em que estava a trabalhar no meu emprego anterior – a segurança de um salário fixo é depois substituída pela incerteza. E é precisamente nessa fase que mais precisamos de investir para conseguir progredir e avançar.
Um conselho para quem está insatisfeito com a sua vida profissional e quer dar o salto.
Para quem ainda não sabe o que quer – só sabe que está insatisfeito onde está: explorar ao máximo. Experimentar. Testar. Falhar. Aprender. Quando aquela ideia chegar, saberás que é por ali. Tudo acontece no tempo certo.
Para quem sabe o que quer e quer dar o salto, diria para tentar antecipar o que precisa para fazer esse salto de força consciente – mas sem excesso. Podemos tentar planear, antecipar, controlar, mas depois a vida acontece. Seguir o nosso instinto, mesmo que pareça uma decisão tola para os outros é importante. No meu caso foi assim, no papel poderia parecer uma má decisão (deixar a estabilidade de uma carreia lá fora, numa empresa com condições excelentes, que valoriza não só os colaboradores como o seu bem-estar), mas algo em mim dizia que era por ali. Confia nessa voz.
Uma ideia ou um sonho que gostasses de tirar da gaveta.
Eu estou a viver o meu sonho – ajudar empreendedoras que querem, de uma forma ou de outra, deixar o mundo melhor, a chegar aos seus objetivos é algo verdadeiramente especial. Fazer esta ponte – entre o potencial / a ideia e a execução é um verdadeiro privilégio para mim.
Mas eu diria que o meu sonho é expandir ainda mais esse impacto. Desafiar-me, ir mais longe, e ao fazê-lo conseguir servir e ajudar mais pessoas e projetos especiais.
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