Nome: Martim Mariano
O que fazes?
Faço mais coisas do que aquelas que devia fazer, mas… sou criativo, escrevo, sou copywriter, escritor, consultor de comunicação, empresário, Pai, Marido, contador de histórias, LinkedIner (se não existe, inventei eu), eu sei lá, menina.
Quem és tu além daquilo que fazes?
Sou um pensador. Adoro pensar. Adoro criar. Adoro ler. Adoro escrever. Adoro rir a bom rir. Gosto muito de vinho. Sou alguém que vive à procura de mais e que devia aceitar de uma vez que as coisas são como são e que é bom serem como são.
O que deixaste na tua vida profissional passada?
A subserviência. O medo de dizer o que quero dizer. A reverência. O medo de falhar. A sensação de falta de valorização. A necessidade de reconhecimento por parte de que manda. A reivindicação por melhores condições, por um ordenado melhor, um horário melhor, tudo isso.
Como percebeste que querias deixar o trabalho por conta de outrem?
Quando senti que tinha perdido a capacidade de respeitar a hierarquia que me estava a ser imposta.
Quando me apercebi que não podia mudar uma empresa onde tinha chegado há tão pouco tempo.
Quando pensei que ninguém me devia porra nenhuma.
Quanto tempo até dares o salto?
Levei 9 meses a decidir sair da SIC. Depois estive 1 ano numa pequena agência de Marketing Digital e fui despedido no dia das mentiras. Depois disso estive 3 meses numa das maiores agências de publicidade do planeta, mas a aventura foi muito curta. Bastaram 3 meses para perceber que o caminho não era aquele. Dei o salto no dia em que cheguei mais uma vez a casa às 20:30, esgotado, frustrado, triste… e ao abrir a porta de casa a minha filha de 3 anos vem a correr à porta e diz-me: “Tenho tantas saudades tuas, papá!”. Dois dias depois disse ao meu chefe que me ia embora.
Com que idade fizeste essa mudança?
Faltava 1 mês para fazer 36 anos, quando disse “basta”, de uma vez por todas, ao trabalho por conta de outrém.
Que desafios tiveste de ultrapassar para, hoje, poderes fazer aquilo que gostas?
Tive de penar. Tive de aguentar muitas micro agressões. Humilhações. Vendi, durante anos, a minha dignidade a troco de 1000€/mês.
Depois tive de aguentar 3 meses de um trabalho que já não queria fazer, porque ainda não tinha a coragem para ver o que estava à frente dos meus olhos.
O que terias feito diferente?
Não sei. Acho que nada. Tudo o que passei foi decidido em consciência. Foi desejado e depois abandonado. Por isso, acho que não mudava nada.
Um conselho para quem está insatisfeito com a sua vida profissional e quer dar o salto.
O medo é bom. Faz-te ficar alerta. Vai haver medo pela vida fora, mas… VAMOS TODOS MORRER e vamos. Por isso, mais vale caminhares para lá a fazeres aquilo que queres. Deve ser horrível chegar a velho, olhar para trás e ver que desperdiçámos a única hipótese que tivemos de comandarmos o nosso próprio caminho.
Uma ideia ou um sonho que gostasses de tirar da gaveta.
Vou tirar. Vou escrever ficção. Muitos livros. Séries. Filmes. Vai acontecer. Não sei bem quando, mas vai.
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