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Esta entrevista faz parte da rubrica quinzenal: Segundas de Inspiração.
Histórias de quem trocou o certo pelo incerto
e de quem seguiu percursos profissionais diferentes dos convencionais.
Espero que te inspire.

Nome: Madalena Carey

O que fazes?
Ajudo empresas a criarem locais de trabalho mais felizes e carreiras com mais propósito, através de formação executiva que tem como foco a felicidade corporativa.

Quem és tu além daquilo que fazes?

Sou mulher e mãe, apaixonada pela família que construí. Sou uma pessoa obstinada por tudo o que me fascina, muitíssimo focada naquilo que são os meus objetivos. Persistente (ou teimosa?!), acredito no impossível e vou até ao fim para arranjar soluções. Gosto de pensar fora da caixa, gosto de desafiar o status quo e de desconstruir todos os condicionamentos que nos foram impostos. Tento não levar a vida muito a sério porque carrego comigo a certeza de que um dia não estarei cá e que sou uma gota no oceano. A viagem é curta, pelo que sou muito seletiva naquilo que faço, de quem me rodeio e no quanto dou de mim. Respeitar-me a mim primeiro é o mais importante para conseguir dar mais aos outros. Acredito que o amor é a base de tudo, e rejo-me por isso.

O que deixaste na tua vida profissional passada?

Deixei tudo o que era negativo, o que era positivo não deixei, trouxe comigo. Gosto de me focar no positivo, pelo que trouxe muitas aprendizagens (compreender como funciona o mundo corporativo é crucial porque é hoje a minha principal audiência), trouxe (deixei) muitas portas abertas e relações honestas e autênticas para a vida.

Como percebeste que querias deixar o trabalho por conta de outrem?

O foco nunca foi o deixar de trabalhar por conta de outrem, simplesmente não existia uma maneira de eu conseguir fazer o que queria fazer e ter o impacto que queria ter a trabalhar para alguém. Quando comecei o conceito era novo. A vida de empreendedor não é fácil, pelo que se eu conseguisse ter a vida que tenho hoje, com toda a flexibilidade de horários e financeira que isso acarreta, a trabalhar por conta de outrem, talvez preferisse. No entanto, a partir do momento em que descobri o meu propósito, senti-o quase como um chamamento e seguir outra via, aos meus olhos, não era uma possibilidade.

Quanto tempo até dares o salto?

Não dei um salto. Foi gradual. Não acredito no conceito de ‘tudo ou nada’ como alguns empreendedores. Acredito que tomamos melhores decisões quando vimos de um lugar de abundância do que quando vimos de um lugar de escassez. Quando temos urgência em vender ao mesmo tempo que estamos ainda a montar a empresa, a testar o produto ou serviço, isso pode colocar em causa a qualidade da entrega e a autenticidade do negócio. Fui sempre fazendo as coisas em paralelo (o que acarreta dois trabalhos ao mesmo tempo) mas se faltasse de um lado eu conseguia investir do outro. Quando comecei a ter possibilidades de viver somente da empresa, dei o salto. Foi um processo de mais ou menos dois anos.

Com que idade fizeste essa mudança?

Aos 27 anos tive a ideia, aos 28 montei a empresa, hoje com 33 temos um portfolio de clientes em mais de 15 países. Acredito que nunca é cedo demais nem tarde demais para a mudança. Acredito que todos temos ritmos e caminhos diferentes, o que faz sentido para uns não faz sentido para outros, o que resulta para uns, não resulta para outros.

Que desafios tiveste de ultrapassar para, hoje, poderes fazer aquilo que gostas?

Um dos grandes desafios foi o construir credibilidade sobre a minha marca pessoal quando lancei a Happiness Business School. Eu era nova, mulher e a falar sobre Felicidade no Trabalho. Tinha tudo para o descrédito. As pessoas tinham um estigma muito grande quanto ao conceito de Felicidade no Trabalho, pelo que tive que ‘partir pedra’ nesse sentido, desconstruí-lo e trazer credibilidade para a temática. Outro desafio foi o perceber que a marca precisava de uma cara para se dar a conhecer e que só fazia sentido que essa pessoa fosse eu. Eu sou bastante introvertida, não gostava de me expor e tive de trabalhar isso. Ao longo da jornada é também muito fácil ouvir muitas opiniões, as pessoas têm muitas coisas a dizer, pelo que o grande desafio e aprendizagem é manter-me fiel a mim própria, à minha visão e confiar na minha intuição.

O que terias feito diferente?

Acredito que nada acontece por acaso. Tudo o que aconteceu foi preciso para estar onde estou hoje. Não teria feito nada de diferente.

Um conselho para quem está insatisfeito com a sua vida profissional e quer dar o salto.

Não temos de ser todos empreendedores e podemos fazer a diferença a trabalhar por conta de outrem. No entanto, se quiserem dar esse passo, sugiro que encontrem uma coisa pela qual são realmente apaixonados e através da qual sentem que fazem a diferença, não criem só mais um produto ou serviço porque sim. A causa número 1 de infelicidade moderna é falta de significado. Não é o trabalharmos para nós próprios que nos traz felicidade, mas sim o impacto que temos e o sentimento de uma vida com significado. Depois diria para definirem o que é a vossa vida perfeita e desenharem um roadmap para lá chegar. Acho mesmo que a felicidade e a vida perfeita acontece por design, planeamento e consistência.

Uma ideia ou um sonho que gostasses de tirar da gaveta.

Não tenho. Tenho só uma visão maior parao meu sonho, que é a Happiness Business School, onde temos vários projetos futuros a implementar.

Sabe mais sobre o trabalho da Madalena no site da Happiness Business School.

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