Inspiração e Recursos para a Mudança Profissional

No último artigo partilhei algumas estratégias para conseguires sabotar as tuas ideias com grande eficácia, mas hoje quero mostrar-te como podes inverter essa tendência, entregando-te:

7 Dicas para colocares as tuas ideias em prática!

Mas antes, e tal como disse no artigo anterior, vou partilhar contigo como cheguei a estas estratégias magníficas 😉

Recordo-te as técnicas de que falei:

  1. Ignora as tuas ideias
  2. Desiste antes de começar
  3. Ignora os teus instintos
  4. Não mudes

Então, como podemos contrariar a tendência para nos autosabotarmos?

Just do it!

Na Técnica 1, indiquei que deves ignorar as tuas ideias.

Porquê?

Porque se decidires ignorar as tuas ideias, e se realmente é algo que te entusiasma, mais tarde ou mais cedo, vais ver a tua ideia implementada por outra pessoa.

E aí sim, vais começar a remoer “porque é que não avancei com a minha ideia?”

Não é a primeira vez que isso me acontece. Como se tivessem assaltado o meu cérebro de repente, roubado todo o conteúdo valioso e resolvido arregaçar as mangas e aproveitá-lo ao máximo.
No ano passado, o choque foi tão grande que passei um fim de semana inteiro a chorar como se o mundo tivesse acabado.
Uma pessoa pegou no nome que eu tinha pensado, deu apenas um jeitinho, depois pegou na ideia que eu tinha bem arrumadinha nos meus neurónios et voilá! Está a fazer exatamente aquilo que eu me imaginava a fazer; escreve como se pudesse ter sido eu a escrever; descreve as emoções tal como eu me imaginava a sentir.
Uma pessoa amiga disse-me na altura algo muito válido:
“Que isto te sirva de incentivo em como as tuas ideias são boas e válidas e podem realmente acontecer!!!
Acredita mais em ti – é só isso que o universo te está a mostrar“.

Encarar este percalço como uma aprendizagem e, eventualmente olhar para aquela pessoa como uma inspiração, não foi fácil.

Mas fez sentido.

Aliás, foi esta aprendizagem que me levou à Técnica 4: “Não Mudes”, porque se depois de uma experiência destas, continuares a ignorar as tuas ideias sem as testar, então estás mesmo a sabotar o teu sucesso.

Como contrariar esta mentalidade?

FAZENDO! Arrisca, testa, experimenta.

Deixa de lado o medo de falhar. Cria um plano se precisas de alguma segurança; começa por pequenos passos até teres a confiança necessária para avançar com algo mais sustentado.

Por exemplo, eu quero muito trabalhar em produção de conteúdos no digital, mas não posso fazê-lo de um momento para o outro, sem ter clareza sobre aquilo que quero escrever, sem saber que serviços vou promover, sem ter segurança financeira, sem testar a própria atividade em si.

Estou a fazer cursos sobre marketing digital, leio muitos artigos e histórias de quem está a passar por processos semelhantes e pouco a pouco, através deste blogue, testo aquilo que aprendo.

E escrevo, e tento perceber se gosto, se não gosto. É a minha oficina para testar a minha ideia. Posso errar. Posso aprender. Posso alcançar pequenas vitórias. Mas aprendi que não devo desistir antes de tentar, porque isso implica um arrependimento para o resto da vida.

Quem não arrisca, não petisca

O que nos leva à Técnica 2: Desiste antes de começares.

Não faz qualquer sentido, se pensares um pouco nisso.

Tens a ideia a fervilhar, começas a pesquisar, a tomar notas sobre o que pode resultar, recolher informação e depois, a certa altura do processo, começas com dúvidas e sentes-te a desmotivar.

Sem dares por isso, estás a pensar que é tudo uma perda de tempo e desistes antes mesmo de ter tentado.

Lembras-te do que escrevi neste artigo sobre a importância de conhecermos as nossas necessidades para não desmotivarmos a meio do caminho?

Partilho contigo mais esta história.

No ano passado passei à segunda fase de um processo em que poderia ganhar uma bolsa de viagem à Índia.
Conhecer a Índia! O meu sonho!
Para seguir no processo, tinha de gravar um vídeo no qual me apresentava, de forma original e criativa, mostrando porque achava ter os requisitos para ganhar a bolsa de viagem.
Estava super entusiasmada. Comecei a escrever um guião. Recolhi fotos para fazer uma montagem. Testei alguns softwares de vídeo, alguns eram demasiado técnicos, outros mostravam marca de água por serem a versão gratuita, até experimentei o powerpoint. Gravei a minha voz, vezes e vezes sem conta, para conseguir encaixar nos momentos certos do vídeo.
A certa altura, perdi o norte. Deixei de acreditar.
Estava tão farta de começar e apagar, de não saber fazer e ter que arranjar alternativas. De não gostar daquilo que estava a criar. Afinal para que é que me estava a dar àquele trabalho todo? Eu nunca iria conseguir fazer um vídeo de jeito para ganhar uma bolsa de viagem. Além disso, tinha de mostrar-me, de expor-me totalmente, pois os vídeos seriam publicados nas redes sociais para os seguidores também votarem em quem deveria ganhar a bolsa. Era um tremendo teste à minha timidez e vulnerabilidade.
Estava prestes a desistir.
A desistir da possibilidade de realizar um dos meus únicos sonhos.
Felizmente, na altura estava num processo de coaching onde estávamos precisamente a trabalhar o padrão de “desistir antes de tentar” e percebi que era mesmo isso que eu estava a fazer.
Como era possível? Estava em causa ganhar uma viagem à Índia totalmente gratuita, com tudo incluído. O meu sonho, que eu achava que nunca iria realizar-se, podia afinal concretizar-se!
Eu não podia deixar de tentar. O arrependimento por não ter tentado seria certamente pior do que arriscar e não conseguir.
Fui em frente. Fiz o melhor que podia com os recursos que tinha.
No dia 1 de abril recebi a notícia em como tinha ganho a bolsa de viagem (e não era mentira 😉 ).
Tinham adorado o meu vídeo e achavam que estava totalmente em sintonia com os valores da agência de viagens.
Acreditas nisto?

Imagina se eu não tivesse vencido o meu medo de falhar e de me expor, se não tivesse resistido e tentado vezes sem conta até acertar e se não tivesse deixado de lado a minha habitual propensão para o perfecionismo.

Quanto temos consciência daquilo que nos impede de avançar, torna-se mais fácil reconhecer os nossos padrões.

Será essa forma de os encarar e ultrapassar que faz a diferença no nosso percurso.

Confia no teu instinto

Resta-nos a Técnica 3: Ignora os teus instintos.

É certo que, cada vez, há mais pessoas a arriscar mudar de vida, a empreender e criar o seu próprio caminho.

Mas também continuam a existir muitas pessoas que optam pela estabilidade e pela segurança.

Quando estamos em processo de criar um projeto a partir de uma ideia, tudo é muito incerto, um pouco abstrato e sem grandes respostas.

Ao partilharmos as nossas ideias com aqueles que nos são mais queridos, é frequente haver alguma desconfiança de que vá resultar. Por defeito, as pessoas vão questionar inúmeras coisas sobre essa ideia, como vai funcionar, como vais ganhar dinheiro, como vais arranjar clientes…. Tu ainda não estás na fase de ter respostas, é mesmo assim.

O facto de (ainda) não teres respostas é perfeitamente normal. Mas para aqueles que se preocupam contigo, é importante saberem que estás a tomar as decisões certas e a seguir o caminho mais seguro.

Não deixes que as inseguranças dos outros se juntem às tuas e condicionem o teu destino.

Por vezes, apenas temos uma convicção muito forte de que estamos no caminho certo, mas sem grandes factos que evidenciem essa certeza.

É o nosso instinto a falar. As nossas entranhas a darem sinal de vida.

O instinto, apesar de parecer algo muito abstrato, tem na realidade uma base biológica. As decisões intuitivas acontecem no cérebro límbico. Uma parte do nosso cérebro responsável pelos sentimentos, pelos comportamentos humanos e pela tomada de decisões, mas que não tem capacidade para formular linguagem. Isto acontece noutra parte do cérebro, o neocórtex, responsável pelo pensamento racional e analítico, e pela linguagem.

O nosso cérebro límbico é tão poderoso, que pode conduzir a comportamentos que às vezes contradizem a nossa compreensão racional e analítica de uma situação. Daí que, por vezes, sentimos que é a decisão certa, apesar de ir contra todos os factos e números.

Nessa altura, segue o teu instinto. Até podes ponderar um pouco, talvez seja algo muito arriscado. Mas mede os prós e contras e não deixes de arriscar apenas porque (ainda) não tens os factos todos sobre o futuro.

7 Dicas para colocar ideias em prática

Resumindo, se queres mesmo começar a transformar as tuas ideias em projetos reais, tens de dar-lhes oportunidade para brilharem, tirá-las da gaveta, limpar-lhes o pó e prepará-las para a festa.

O caminho pode ser um pouco agitado, por isso, aqui ficam as 7 dicas para colocares as tuas ideias em prática:

  1. Define bem a tua intenção e o teu objetivo, vão ajudar-te a manter o foco e a não desistir tão facilmente;
  2. Desconstrói o teu objetivo em pequenas tarefas, um passo-a-passo que te ajude a alcançar pequenas vitórias e te mantenha motivado ao longo do percurso;
  3. Faz! Mesmo que não tenhas todos os factos e todas as certezas do mundo. Testa as ideias. Faz experiências. Comete erros. Aprende. Volta a fazer. Tudo faz parte do processo;
  4. Documenta o teu percurso para te ajudar a tomar decisões mais ajustadas no futuro;
  5. Acredita em ti e confia nos teus instintos;
  6. Procura ajuda se te sentires sozinho. Não somos super mulheres, nem existem super homens que saibam tudo. Procura a tua tribo, uma comunidade que te ajude, um coach ou um mentor. Aquilo que fizer mais sentido para ti;
  7. Diverte-te com o processo. É suposto estares a trabalhar para algo melhor, por isso, não encares tudo como um fardo. Mesmo as tentativas e erros, olha para eles com curiosidade e brinca com as situações.

Partilha nos comentários se estas estratégias te fazem sentido.

Vou gostar de te ouvir!

Seguimos juntos!

Créditos da imagem: Imagem de Colin Behrens por Pixabay

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